Como Manter os Morcegos Afastados e Evitar Prejuízo à Indústria e ao Agronegócio

Características dos Morcegos

Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar e estima-se que, atualmente, existam 179 espécies distribuídas em nove diferentes tipos de famílias. Trata-se da segunda maior ordem de mamíferos de todo o país. Os morcegos são também tema de constante estudo, visto que cada espécie possui uma característica completamente distinta uma da outra.

morcegos que se alimentam só de sementes, folhas e pólen, enquanto outros morcegos já se mostram adeptos de uma dieta regada a peixes, vertebrados e artrópodes. Esses citados são inofensivos. Eles têm como principal função atuar como polinizadores; evitar a procriação de insetos/pragas e, acima de tudo, de garantir equilíbrio ao ecossistema. É por essa razão que o abate de morcegos é uma prática extremamente ilegal. Resguardados pela lei 5.197 (de 3 de janeiro de 1967), os morcegos são protegidos pelo Conselho Nacional de Proteção à Flora, órgão com sede em Brasília.

Contudo, há um tipo especial de morcego conhecido como “hematófogos” que merece uma atenção especial! São morcegos que se alimentam de sangue e, consequentemente, trazem uma série de prejuízos e doenças, incluindo a raiva. A maioria dos casos de transmissão de raiva é causada por esse tipo de morcego. Por serem dotados de dentes pequenos e afiados (responsáveis por gerarem uma mordida superficial na pele), os morcegos hematófogos são capazes de morder uma pessoa sem que ela perceba. E mais: por conta ainda de sua termopercepção, a facilidade que eles têm em encontrar vasos sanguíneos na vítima é ainda mais aflorada.

Raiva, uma doença a ser combatida

A raiva é uma zoonose transmitida por um vírus que, ao se instalar no indivíduo, tem a capacidade de desregular todo o seu sistema imunológico. O baque é sentido primeiramente nos nervos periféricos, depois no sistema nervoso e, em seguida, nas glândulas salivares.

A necessidade de manter os morcegos “hematófogos” (ou vampiros) longe é uma constante, visto que os males não se estendem apenas às pessoas; animais também são passíveis de serem infectados com uma série de doenças causadas por morcegos, trazendo grande prejuízo à indústria (em especial, à agropecuária).

Controle de Pragas e Morcegos

A BIOMAX realiza Controle de Pragas em Indústrias, Zootécnicas (granjas, haras…).

Varias técnicas são aplicadas e se baseiam na prevenção:

  • Fornecer iluminação o suficiente para restringir o acesso dos morcegos a ambientes que proporcionam alimentos e abrigo, já que eles são animais que evitam lugares claros;
  • Utilizar barreiras mecânicas em residências e edifícios, como telas, para que eles não consigam adentrar o imóvel;
  • Utilizar de métodos seletivos indiretos, como, por exemplo, a vacinação de presas comuns.

Vale lembrar desde já que esses métodos de controle não se limitam apenas a morcegos. São válidos também para outros tipos de pragas, como ratos e pombos.

Animais Sinantrópicos Cada Vez Mais Perto

Com o crescimento rápido – e às vezes até desordenado –, das cidades, muitos animais estão perdendo seu habitat natural, e, assim, se veem inseridos compulsivamente num contexto no qual esses não pertencem. Isso é o conceito precípuo do fenômeno ecológico da sinantropia.

“Animas sinantrópicos” é o termo cunhado àqueles animais que se adaptam com facilidade à convivência humana, independente de nossa vontade, mas que se difere dos animais domésticos. Trata-se de uma convivência forçada, visto que animais sinantrópicos não são desejados, e, assim, constituem-se “praga urbana”.

Morcegos Vampiros e a Relação com Aumento Alarmante de Javalis e Javaporcos

Outra questão é a relação entre javalis e morcegos é preocupante, mostra pesquisa realizada com apoio da FAPESP.

A quantidade de morcegos-vampiros, que transmitem raiva e preocupam agropecuaristas, pode aumentar no Brasil e nas Américas por conta do crescimento das populações de outro animal, o javali.

Um grupo de pesquisadores acaba de evidenciar um aumento alarmante na distribuição e no número de javalis e porcos ferais. Além disso, demonstraram que os morcegos-vampiros (Desmodus rotundus) passaram a se alimentar do sangue destes porcos.

À medida que a população de javalis aumenta, também crescem os danos à agricultura e à fauna nativa, entre outros problemas. Os javalis fornecem uma fonte também crescente de sangue a vampiros, o que pode aumentar em muito a população desses morcegos.

Os resultados do estudo publicados na revista Frontiers in Ecology and the Environment por Mauro Galetti, professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, seu doutorando Felipe Pedrosa, Alexine Keuroghlian, bióloga da Wildlife Conservation Society – Brasil, e Ivan Sazima, professor colaborador do Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Das cerca de 1.200 espécies de morcegos no planeta, apenas três – todas das Américas – alimentam-se exclusivamente de sangue. Desmodus rotundus é a espécie de vampiro com maior distribuição, habitando um território que vai do México até a Argentina. O animal busca principalmente sangue do gado, mas há casos documentados de predação também de fauna nativa, como antas e veados.

Na Mata Atlântica, cerca de 1,4% dos morcegos-vampiros apresenta o vírus da raiva. Na Amazônia peruana, essa proporção pode chegar a 10%. A transmissão de raiva por vampiros é uma das maiores preocupações dos pecuaristas no Brasil, mesmo nas regiões onde o gado é vacinado. Mas animais selvagens, o que inclui os porcos ferais, não são vacinados, criando um potencial elevado de disseminação da doença.

Nos últimos 12 anos, o grupo de pesquisadores tem usado armadilhas fotográficas, que são câmeras especiais que gravam à noite em infravermelho e disparam automaticamente quando o sensor detecta a passagem de algum animal.

Foram coletados 10.529 fotos e vídeos com diversos exemplos de vampiros predando porcos ferais, gado, antas e veados-mateiros. Foram selecionados 158 eventos no Pantanal (101 com porcos ferais, 38 com veados e 19 com antas) e 87 eventos na Mata Atlântica (35 com porcos ferais, 29 com veados e 23 com antas). Com base nesses eventos, os pesquisadores calcularam que a porcentagem de encontros entre os morcegos-vampiros e os javalis é alta, em torno de 10% para as noites em que foram feitos registros.

“O vírus da raiva é transmitido por meio da saliva de morcegos. O vampiro D. rotundus é também reservatório de outros vírus com potencial epidemiológico, como o hantavírus e o coronavírus”, disse Sazima.

“Os morcegos-vampiros gostam muito do sangue dos porcos e passar do porco doméstico para o feral e o javali deve ter sido simples para um animal adaptável como o vampiro”, disse Sazima.

Porcos ferais ou javaporcos são animais resultantes do cruzamento entre javalis, uma espécie selvagem europeia, com suínos desgarrados de fazendas no Brasil.

Javaporcos

Os javaporcos aliam a ferocidade dos javalis com as dimensões e a fertilidade do porco doméstico, animal selecionado para fornecer mais carne e crias do que seu ancestral selvagem. Um javali macho adulto chega a 100 quilos. Um javaporco pode ter mais de 150 quilos e reproduz constantemente.

O Brasil enfrenta uma invasão de javalis e javaporcos sem precedentes na zona rural, com aumento de 500% desde 2007. Em 1989, javalis ferais no Uruguai começaram a cruzar a fronteira com o Rio Grande do Sul do Brasil. Foi o início da infestação na região Sul.

“Em meados dos anos 1990, houve no Sudeste um incentivo grande à produção de carne de javali. Os produtores importaram matrizes e formaram plantéis. Mas o negócio não se mostrou tão rentável e alguns produtores abandonaram o negócio, soltando os javalis”, disse Pedrosa.

Na tentativa de salvar o negócio, os produtores começaram a cruzar os javalis com suínos domésticos, produzindoos javaporcos, que também foram liberados. Por conta disso, a infestação até então restrita ao Sul avançou pelo Sudeste até a Mata Atlântica, no Estado de São Paulo. No Pantanal a invasão é mais antiga, desde o início da colonização portuguesa, com porcos criados soltos que se desgarraram e deram origem ao porco monteiro.

“Javalis, javaporcos e porcos monteiros são todos da mesma espécie do porco doméstico (Sus scrofa). A distribuição natural do javali é na Europa e na Ásia, mas foi introduzido na Austrália, América do Sul e Estados Unidos. Javalis e demais suídeos (porcos) em estado asselvajado são considerados uma das piores espécies exóticas do mundo”, destacam os pesquisadores.

O estudo conclui que a invasão de javalis na Mata Atlântica e Pantanal representa uma séria ameaça e existe “uma necessidade urgente de desenvolver e implementar medidas efetivas de controle”.

Animais sociais, os javaporcos andam em bandos, são agressivos e muito perigosos. Como o javali (e o javaporco) é considerado uma espécie exótica invasora, em 2013 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) normatizou o controle populacional por meio da Instrução Normativa Ibama 03/2013.

O texto estabelece que “o controle de javalis dentro de Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais deverá ser feito mediante anuência do gestor da Unidade”. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, no Estado de São Paulo, “tendo ciência da gravidade deste caso de invasão biológica, não há óbice quanto à realização de controle populacional de javalis no interior das Unidade de Conservação Estadual. Nos casos em que o gestor da unidade detecte necessidade de controle da espécie, e quando houver possibilidade de apoio de controladores regulares segundo a IN Ibama 03/2013, o ato por meio do qual o gestor da UC permite este tipo de controle dentro da unidade será uma carta de anuência, vinculada a um regramento estabelecido pela Unidade de Conservação para a realização das atividades”.

“Em poucos anos, [os javalis] estarão na Amazônia e na Caatinga. Na Europa e nos Estados Unidos o javali é a espécie de vertebrado que mais cresce em número. Somente em 2016, na fronteira da Dinamarca com a Alemanha, foram abatidos 14 mil desses porcos”, disse Galetti.

O problema pode não se limitar apenas a porcos.

“Para os animais nativos que são mordidos por morcegos-vampiros, como antas, veados e capivaras, existe também o potencial de transmissão de outras doenças virais existentes nos javalis”, disse Keuroghlian.

Fonte: http://agencia.fapesp.br/relacao_entre_javalis_e_morcegos_e_preocupante_indica_pesquisa/24547/

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