Pesquisa sobre Controle de Pragas em Grãos Armazenados aponta resistência dos insetos à inseticidas, mais um fator que valida a eficácia do Manejo Ecológico de Pragas

 

O Controle de Pragas BIOMAX ou Manejo Ecológio de Pragas é um processo em que o uso de inseticidas (em menor quantidade) é inserido como uma etapa e não como protagonista. Isso porque uma das máximas da técnica é realizar ações inteligentes de identificação, combate e manutenção do ambiente isento de pragas, de forma mais sustentável. A eficácia deste tipo de controle – serviço prestado pela BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas – é comprovada pelos resultados positivos em diversos setores, como o industrial e o agrícola.

Recentemente, uma pesquisa da UFV (Universidade Federal de Viçosa), apontou que o inseto Sitophilus zeamais Motschulsky (Coleoptera: Curculionidae) é resistente ao inseticida indoxacarbe, fato que maxiza as vantagens em apostar no Controle Integrado de Pragas, que, além ser menos danoso ao meio ambiente, tem melhor custo-benefício, ao contrário do uso desenfreado da desinsetização.

“ (…) embora o indoxacarbe não seja ainda autorizado no Brasil para ser utilizado em grãos armazenados, algumas populações já apresentam níveis muito elevados de resistência. Isso pode estar relacionado com um contato indireto dos gorgulhos do milho com indoxacarbe a níveis de campo, uma vez que este inseticida tem sido usado para o controle de lepidópteros praga. E isso torna mais difícil, o já complexo controle de pragas de grãos armazenados no Brasil”. Essa é a afirmação de Khalid Haddi, pesquisador da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e autor do estudo, publicado no Journal of Economic Entomology, sobre a resistência de insetos ao indoxacarbe: Metabolic and Behavioral Mechanisms of Indoxacarb Resistance in Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae).

A pesquisa teve como principal objetivo avaliar o inseticida para a possível utilização no controle do gorgulho Sitophilus zeamais Motschulsky (Coleoptera: Curculionidae), em território nacional, já que o composto ainda não é liberado para o controle de pragas em grãos armazenados no Brasil.

Para estudar a toxidade do indoxicarbe, foram investigados os mecanismos metabólicos e comportamentais usados pelo gorgulho para amenizar a ação do inseticida em 13 diferentes populações do S. zeamais. Essas populações foram coletadas, entre 2009 e 2011, em: em Balsas (MA), Canarana (MT), Cristalina (GO), Teresina (PI), Xapuri (AC), Espírito Santo do Pinhal e Piracicaba (SP), Ipojuca, Igarassu e São João (PE), Jacarezinho (PR), Sete Lagoas e Juiz de Fora (MG).

No processo, além da avaliação das respostas comportamentais de locomoção dos insetos após exposição ao indoxacerbe, foram utilizados bioensaios de concentração-mortalidade, na presença de butóxido de piperonil, fosfato de trifenil e maleato de dietil.

Os resultados da pesquisa mostraram diferenças significativas entre as populações, com índices de resistência maiores que 200 vezes entre as populações menos suscetíveis (Canarana-MT) e mais suscetíveis (Espirito Santo do Pinhal-SP). Além disso, os resultados obtidos com indoxacarbe e os agentes sinérgicos sugerem o envolvimento de esterases e glutationa-S-transferase na ação do indoxacarbe e, também, sugerem o envolvimento da citocromo P450 monoxigenases-dependente como um potencial mecanismo de resistência a indoxacarbe.

Apesar de o fato de evitar o contato com o inseticida ter variado entre as populações, algumas resistentes, como Canarana (MT), conseguiram reduzir a exposição ao indoxacarbe por passar mais tempo em áreas não tratadas. Já outras populações, como Igarassu (PE) e Jacarezinho (PR), mostraram diferença em alguns critérios de locomoção em áreas tratadas e não tratadas, quase sempre indicando valores mais baixos nas não tratadas. Desta forma, os resultados apontam que mecanismos de resistência metabólicos e comportamentais podem comprometer a eficácia de inseticidas do grupo químico oxadiazina, como o indoxacarbe, no controle de populações brasileiras de S. zeamais.

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