Brasil passa por momento oportuno para investir em manejo ecológico de pragas na indústria e no agronegócio

De acordo com o engenheiro agrônomo, José Roberto Postali Parra, professor titular de entomologia acarologia da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), o Brasil passa por um momento único quando o assunto é controle de pragas na indústria e no agronegócio.

A identificação, em 2013, da lagarta Helicoverpa armigera: uma praga quarentenária exótica, capaz de se alimentar de mais de cem tipos diferentes de culturas, vem traçando novos caminhos nas pesquisas relacionadas ao controle biológico de pragas.

O manejo ecológico de pragas, realizado pelo uso de insetos ou, até mesmo, microrganismos, como fungos, bactérias, vírus e nematoides, é capaz de reduzir a aplicação de componentes químicos nas culturas, diminuindo custos e caminhando na direção de práticas ambientais mais saudáveis.

Esse método parte do MIP (Manejo Integrado de Pragas), que tem por objetivo obter os melhores resultados, com técnicas alternativas, respeitando critérios econômicos, ecológicos e sociais. Ele é realizado por empresas especializadas, como a BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas.

Durante sua palestra “Controle biológico no Brasil: situação atual e perspectivas”, no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária, em 2014, o pesquisador destacou que o Brasil passa pelo momento mais propício para a adoção do controle biológico na lavoura: “Chegou o momento do controle biológico no Brasil”, enfatizou Parra, associando a afirmação à identificação da praga quarentenária.

A Helicoverpa armigera é uma praga muito comum afeta diversas culturas por todo o País, como os algodoais do Oeste da Bahia e as plantações de feijão em Goiás e Tocantins, e sua disseminação causou desequilíbrio em diversas regiões. Porém, a partir da identificação da lagarta, o uso correto do controle biológico deve otimizar processos, o que, diretamente, reduz os custos de cultivo e aumenta os lucros.

A utilização indiscriminada de inseticidas nas indústrias e no agronegócio por décadas, além de uma possível degradação ambiental, provocou o desenvolvimento de pragas resistentes a esses compostos químicos. Esse é outro motivo pelo qual o manejo ecológico de pragas se tornou uma saída eficiente para as indústrias e o agronegócio.

Apesar de julgar que ainda é necessário mais investimentos em pesquisas, Parra acredita que o controle biológico será cada vez mais difundido por necessidade e pressão dos mercados, além de ser mais econômico, como aconteceu na Espanha com um produtor mundial de pimentão: se viu diante da proibição do uso de inseticida nessa cultura. Por conta disso, o país foi obrigado a utilizar o manejo ecológico de Pragas.

Fonte: Fapesp

Foto: Embrapa

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