Balanço divulgado na quinta-feira pela Secretaria Municipal da Saúde aponta 1.910 registros de dengue em 2012 em Piracicaba, uma média de 11 casos por dia. E o número de doentes pode subir nas próximas semanas, já que atualmente há 981 suspeitos em avaliação pela Vigilância Epidemiológica Municipal. Entram nessa lista pessoas que sentiram os sintomas da doença e que ainda vão realizar o exame de sangue ou as que já fizeram o teste, mas estão à espera do resultado. O trabalho de bloqueio químico nas áreas onde há circulação do mosquito Aedes aegypti foi interrompido esta semana. As chuvas impediram as dedetizações e dificultaram a retirada de criadouros.Se o clima melhorar, o trabalho será reiniciado na próxima semana, nas regiões da Paulista e da Pauliceia. Desde outubro, os agentes já visitaram mais de 20 mil residências no município. A estratégia atual do Programa Municipal de Combate à Dengue é retornar às regiões onde a transmissão não foi interrompida, apesar do trabalho já ter sido realizado. “Precisamos fechar essa região e depois acompanhar o resultado
dos futuros balanços epidemiológicos para nortear o destino das equipes”, disse o coordenador do programa, André Luis Rossetto, para quem o “pior já passou”. “O grande número de casos recentes são resultados antigos, com mais de um mês de contaminação.
Estamos notando que não há mais áreas novas de transmissão, o que vai fazer os casos minguarem a partir de agora”, disse. O mapa da dengue em 2012 coloca as regiões Sul, que tem bairros como a Vila Cristina e o Monte Líbano, e a Oeste, que concentra a Pauliceia, o Jaraguá e o São Jorge, como as recordistas de casos. Nessas regiões, foram registradas mais de 70% das notificações. O trabalho de combate à dengue neste ano também contou com o auxílio da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), que não atuava em Piracicaba desde 2007, ano em que foi registrada uma epidemia, com 5.681 registros. O ano de 2012 já é o segundo no ranking histórico de casos. Em 2010, foram 627 doentes, com duas mortes registradas. PESQUISA – Estudo do Instituto Butantan e da USP (Universidade de São Paulo), feito na Grande São Paulo e divulgado nesta semana, mostra que é possível rastrear os mosquitos transmissores da doença. Quando um Aedes aegypti aparece e encontra água parada, ele procria e começa uma família. Isso levou os pesquisadores a descobrir que, normalmente, um bairro é infestado por mosquitos que são parentes. Além disso, eles carregam uma marca familiar que pode ajudar no controle da doença. Trata-se de da asa do mosquito, que funciona como um DNA. Mosquitos parentes têm asas com desenho parecido e, com isso, pode-se saber se um mosquito vem de um bairro ou de outro analisando as asas e comparando os desenhos. A descoberta veio depois de três anos de estudo e, atualmente, os pesquisadores do Butantan e da USP ainda trabalham no mapeamento das famílias de Aedes.
fonte: JORNAL DE PIRACICABA – 24/06/2012