As pulgas são insetos da Ordem Siphonaptera, estão presentes em todos os continentes (menos na Antártida). Existem 2200 diferentes espécies e subespécies e parasitam diversos animais. Um grupo de espécies de pulgas tornou-se importante por atacar a espécie humana, causando-lhe uma série de diferentes problemas. Abaixo você saberá mais sobre este inseto e métodos de Controle de Pulgas
Índice
Conheça outros serviços BIOMAX para indústrias, hospitais, hotéis, shoppings, condomínios:
Controle de Pragas
Controle de Pombos
Desratização
Desinsetização
Controle Integrado de Pragas
Fumigação
Identificação de Pragas
Análise do Ar
Descupinização
As espécies mais associadas ao homem são:
- Xenopsylla cheopis, uma das pulgas mais encontradas em roedores. É o vetor mais importante da peste e do tifo murino. Atualmente é encontrada nos interiores e arredores das habitações, onde parasitam especialmente ratos.
- Pulex irritans, pode parasitar igualmente: humanos, suínos, cabras, raposas, coiotes, cães, gatos e aves. Eventualmente encontrada em roedores.
- Ctenocephalides felis, tornou-se completamente sinantrópica, a adaptação notável ao cão doméstico, roedores, cabras, bovinos entre outros mamíferos.
- Ctenocephalides canis, verdadeira pulga-dos-cães. Igualmente cosmopolita e transmissora da peste.
- Tunga penetrans, conhecida no Brasil com o nome popular de “bicho-de-pé”; pode tornar-se um sério problema de saúde pública.
Bioecologia
Embora haja pequenas variações entre certos gêneros, o ciclo biológico da pulga é bastante conhecido. Uma vez que C. felis é a pulga mais comum em cães e gatos de todo o mundo, ela tornou-se a espécie mais estudada e conhecida.
O ciclo da pulga passa por uma metamorfose completa, (ovo – larva – pupa – adulto). A fêmea deposita os ovos sobre os hospedeiros, após ter obtido um repasto sangüíneo (proteína) que permitirá a maturação dos ovos.
Ovos: São ovais, extremidades arredondadas, de cor branco-pérola, medindo cerca de 0,5 mm. Apresentam um tempo de incubação entre 1 e 10 dias. Com 35 graus e 70% umidade: 50% dos ovos rompem-se em cerca de 1,5 dia, enquanto os outros 50% rompem-se dentro de 6 dias.
A primeira larva possui um pequeno dente quitinoso, com o qual rompe a casca do ovo. A larva é fina, branca, segmentada (cabeça esclerotizada, três segmentos torácicos e 10 abdominais). Apresenta um estágio larval: 5 a 11 dias, sofrem 2 ecdises, não tem pernas. Sua alimentação: são de partículas orgânicas. Evitam a luz e procuram ativamente: carpetes, tapetes; frestas do piso. Ficam sob materiais orgânicos, ciscos, poeira, eventualmente folhas ou mesmo o solo quando a céu aberto. São muito sensíveis ao calor excessivo e a dessecação, necessitam de umidade maior que 50% e só se desenvolvem em lugares sombreados, protegidos da luz solar direta.
Após o último estágio larval completar seu desenvolvimento, procura lugares secos, produz substância pegajosa. Tece um casulo, adere à poeira e ciscos (camuflagem). Esse estágio dura 7 dias aproximadamente. São encontradas em solo, vegetação, carpetes, tapetes, cama de animais etc. Não se alimenta (reservas), dentro do casulo pode sobreviver até 140 dias havendo citações de quase um ano. Depende de uma série de estímulos e condições: Pressão física direta sobre os casulos, dióxido de carbono (teor ambiental), calor corporal (hospedeiro), temperatura e umidade.
Estes fatores explicam o fenômeno do repentino surgimento de um número muito grande de pulgas adultas famintas assim que uma residência fechada há algum tempo é reocupada por pessoas e animais de estimação.
O adulto apresenta corpo esclerotizado; três pares de pernas, os metatorácicos muito bem desenvolvidos. Os olhos são pouco desenvolvidos (ou ausentes) e aparelho bucal é do tipo picador-sugador.
Tão logo a pulga adulta emerge, ela procura avidamente um hospedeiro para fazer a primeira refeição. Apresenta fototropismo positivo, ou seja, busca a luz. Geotropismo negativo faz com que ela saia do local protegido onde se encontrava seu casulo. Estes procedimentos facilitam o encontro de um hospedeiro passante. Quando pressente a aproximação do hospedeiro e começa a saltar sem parar em várias direções; formações comprimíveis nas bases dos membros (podem saltar durante horas). Em ambiente saturado de umidade podem viver até 62 dias sem alimento. O ambiente seco proporciona baixa sobrevivência na falta de alimento.
Sua reprodução é sexuada, as fêmeas precisam de prolongadas refeições (3 horas) aumentando seu peso em até 40%. Já os machos as refeições não ultrapassam 20 minutos e aumentam de 3% em seu peso. Vivem praticamente o mesmo tempo, em condições normais até um ano e meio. Condições adversas até três anos. A cópula ocorre de 8 a 24 horas após a primeira refeição sobre o animal hospedeiro e as fêmeas buscam copular com mais de um macho para preencher completamente a ooteca.
As fêmeas iniciam a oviposição de 36 a 48 horas após a primeira refeição e os ovos são postos em conjunto de 2 a 6; e capazes de ovipor por até 100 dias. Os ovos são postos sobre o hospedeiro, porém como não são colantes e por isso são encontrados em todos os lugares freqüentados pelo hospedeiro (coçar), pode produzir até 50 ovos por dia ( + 27).
Inflamações de pele
Têm sido observadas em seres humanos, severas dermatites e outras reações cutâneas de caráter alérgico provocadas pelas pulgas. A presença de uma proteína de baixo peso molecular desenvolve uma hipersensibilização do hospedeiro às picadas posteriores. Assim após este período de latência, uma nova picada desenvolve localmente uma pequena área de inflamação circundada por um eritema e prurido geral. Existem casos de tratamentos bem sucedidos desse problema em cães, por dessensibilização induzida pela aplicação de antígenos hipoalergênicos preparados a partir da C. felis e C. canis.
Tungíase (bicho-do-pé)
Tunga penetrans introduz-se completamente na derme do hospedeiro (pés). Deixa apenas um orifício para a saída de seus excrementos, ovos e até larvas já eclodidas. Afeta roedores, cães, gatos e especialmente suínos e homem. Em algumas regiões do Brasil, assume importante papel em saúde pública.
Medidas Preventivas
- Inspeção geral da área;
- Procurar locais com boas condições para o desenvolvimento da pulga;
- Estas condições devem ser alteradas ou eliminadas;
Ambientes externos:
- Refúgios com vegetação densa ou rasteira;
- Folhas caídas e outros materiais;
- Podar a grama e manter o quintal limpo;
- Medidas que permitam a entrada direta da luz solar e o secamento do solo.
Ambientes internos:
– Observar a movimentação do animal na residência;
– Colocar sempre uma toalha limpa onde o animal dorme e lavar uma vez por semana (ferver);
– Lavar periodicamente os tapetes e capachos;
– Manter a higiene periódica dos animais domésticos;
– As casas devem ser limpas pelo menos uma vez por semana, com o auxílio de um aspirador de pó.
- Atenção especial para: carpetes; tapetes; barras das cortinas; cadeiras e sofás estofados em tecido, cantos, frestas do assoalho ou dos tacos (calafetar), rodapés. O saco coletor do aspirador de pó deve ser bem fechado e queimado.
- Controlar roedores no terreno da residência.
- Encontrar os locais críticos de infestação:
– Sombreados e úmidos;
– Onde o animal mais freqüenta;
– Canil.
O controle químico é feito com produtos Organofosforados, Carbamatos, Piretróides; com alto poder residual. Os resultados são duvidosos e irregulares.
Por quê?
- Pulgas pré-adultas no interior de seus casulos (pupa) são capazes de detectar a presença de inseticidas;
- Simplesmente recusam-se a sair enquanto o ambiente lhes for agressivo, ou seja, enquanto houver a presença de inseticida ativo;
- O pré-adulto pode estender sua permanência no casulo por até um ano, sem se alimentar.
Inseticidas
Os inseticidas microencapsulados consistem de diminutas cápsulas de polímero onde no interior estão encerradas partículas de determinados inseticidas. São aplicadas por pulverização. Permanecem intactas por 4 a 6 meses, liberando diminutas quantidades de inseticida para o ambiente. Os pré-adultos não são capazes de detectar a presença do inseticida e rompem os casulos, e ao movimentar-se terão estas microcápsulas aderidas ao corpo, devido ao atrito, estas cápsulas se rompem injetando o princípio ativo no corpo do inseto. O problema é que alguns inseticidas podem ser detectados pelo pré-adulto mesmo microencapsulados.
Os reguladores de crescimento, são compostos que inibem o desenvolvimento das formas imaturas do inseto, não atuam sobre as formas adultas, são praticamente atóxicos aos mamíferos. Sendo adequadamente administrados aos hospedeiros, passam ao sangue circulante do animal e atingem as pulgas adultas, o efeito destes produtos nas pulgas fêmeas provoca danos irreversíveis á larva no interior do ovo, chegando a morrerem no interior do ovo.
Inseticidas tópicos são formulações oleosas onde o tratamento do animal por meio de banhos ou aerossóis pode determinar a eliminação da carga de pulgas adultas sobre o hospedeiro, porém este pode se reinfestar assim que retornar ao seu ambiente.
Métodos alternativos
Utilizando um shampoo à base de Boldo chinês (Plectranthus ornatus) apresentou ótimo efeito pulicida (81% de mortalidade). Somente sabão de côco reduziu em 27% a mortalidade. Os melhores resultados foram utilizando o sabão de côco em pré-banho e a posteriori os shampoos de boldo chinês que matou 98% que se igualou ao padrão a base de cipermetrina. Não se detectou efeito algum da lavagem apenas com água sobre as pulgas
Como controle biológico utilizando os fungos Metarhizium anisopliae isolado E9 e Beauveria bassiana isolado IBCB-66 sobre ovos de Ctenocephalides felis felis. Verificou-se que a eclosão das larvas iniciou 18 horas após os tratamentos e os ovos dos grupos tratados não sofreram a ação do fungo. Sobre larvas de C. felis felis. Verificou-se que as larvas não sofreram a ação deletéria dos fungos, pois não foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos.
Pulgas foram, são e serão um dos sérios problemas enfrentados pelo homem na luta contra os insetos e os males por eles provocados. Com habilidade, inteligência e prudência, o homem será capaz, se não de acabar com esse problema, reduzi-lo a proporções menores e suportáveis.