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Acidentes com Escorpiões, Cobras, Aranhas e outros animais peçonhentos crescem a cada ano no Brasil. Somente os acidentes com escorpiões cresceram cerca de 80%.

Quatro em cada 10 mil pessoas picadas morrem. Os casos no estado paulista vêm crescendo. Em 2009, por exemplo, foram 5.500 casos e três mortes. Já em 2018 foram 26.900 casos e 12 mortes. Mas…

O Que São Animais Peçonhentos?

Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos entre outros.

Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de:

  • serpentes;

  • escorpiões;

  • aranhas;

  • lepidópteros (mariposas e suas larvas);

  • himenópteros (abelhas, formigas e vespas);

  • coleópteros (besouros);

  • quilópodes (lacraias);

  • peixes;

  • cnidários (águas-vivas e caravelas).

Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros, capazes de envenenar as vítimas.

Acidentes Por Animais Peçonhentos

Os acidentes por animais peçonhentos, especialmente os acidentes com Cobras, foram incluídos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria das vezes, populações pobres que vivem em áreas rurais.

Além disso, devido ao alto número de notificações, esse agravo (acidentes por animais peçonhentos) foi incluído na Lista de Notificação Compulsória do Brasil, ou seja, todos os casos devem ser notificados ao Governo Federal imediatamente após a confirmação. A medida ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.

IMPORTANTE:  Animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo acumulado. Manter a higiene do local é evitar acúmulo de coisas é a melhor forma de prevenir acidentes.

Principais Animais Peçonhentos

Abaixo, estão os principais animais peçonhentos, com as respectivas descrições dos sintomas, em caso de envenenamento, tratamento, o quê fazer e o quê não fazer.

Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o envenenamento provocado quando um escorpião injeta veneno através de ferrão (télson). Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade.

No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus:

  • Escorpião-amarelo (T. serrulatus) – com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética e fácil adaptação ao meio urbano.
  • Escorpião-marrom (T. bahiensis) – encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
  • Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – espécie mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
  • Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – encontrado na região Norte e Mato Grosso.

Atualmente, há 19 famílias de escorpiões distribuídas em todo o mundo. Os gêneros que causam os mais graves acidentes são: Androctonus e Leiurus (África setentrional), Centruroides (México e Estados Unidos) e Tityus (América do Sul e Ilha de Trinidad).

Os grupos mais vulneráveis são as trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa ou nos arredores, como quintais (intra ou peridomicílio). Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusear objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.

Sintomas de acidentes com escorpiões

A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os adultos apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático. Movimentos súbitos, involuntários de um músculo ou grupamentos musculares (mioclonias) e contração muscular pequena e local (fasciculações) são descritos em alguns acidentes por Escorpião-preto-da-Amazônia. Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado.

Como prevenir acidentes com escorpiões

  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas.
  • Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada.
  • Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto às casas.
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo.
  • Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea.
  • Usar calçados e luvas de raspas de couro.
  • Como muitos destes animais apresentam hábitos noturnos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer.
  • Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
  • Combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento dos escorpiões que deles se alimentam.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas, colocar telas nas janelas.
  • Afastar as camas e berços das paredes.
  • Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Não pendurar roupas nas paredes; examinar roupas, principalmente camisas, blusas e calças antes de vestir.
  • Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos de que se alimentam os escorpiões.
  • Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos e sapos.

O que fazer em caso de acidente escorpiônico

  • Limpar o local com água e sabão.
  • Aplicar compressa morna no local.
  • Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência).
  • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde para saber quais os pontos de tratamento com o soro específico em sua região.
  • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.

O que NÃO fazer em caso de acidente escorpiônico

  • Não amarrar ou fazer torniquete.
  • Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções.
  • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada.
  • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.

ALERTA PARA O VERÃO:  Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

Os acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria não apresenta repercussão clínica. Os gêneros de importância em saúde pública no Brasil são as seguintes espécies:

  • aranha-marrom (Loxosceles);
  • aranha-armadeira ou macaca (Phoneutria);
  • viúva-negra (Latrodectus).

Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem relevância em saúde pública, sendo que os principais grupos pertencem, principalmente, às aranhas que vivem nas casas ou suas proximidades, como caranguejeiras e aranhas de grama ou jardim.

Três gêneros de aranhas consideradas de importância médica no Brasil:

1. Aranha-marrom (Loxosceles) – Não é agressiva, pica geralmente quando comprimida contra o corpo. Tem um centímetro de corpo e até três de comprimento total. Possui hábitos noturnos, constrói teia irregular como “algodão esfiapado”. Esconde-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação.

2. Aranha armadeira ou macaca (Phoneutria) – Bastante agressiva, assume posição de defesa saltando até 40 cm de distância. O corpo pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. Ela é caçadora, com atividade noturna. Abriga-se sob troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de bananeira. Pode se alojar também em sapatos, atrás de móveis, cortinas, sob vasos, entulhos, materiais de construção, etc.

3. Viúva-negra (Latrodectus) – Não é agressiva. A fêmea pode chegar a 2 cm e o macho de 2 a 3 cm. Tem atividade noturna e hábito de viver em grupos. Faz teia irregular em arbustos, gramíneas, cascas de coco, canaletas de chuva ou sob pedras. É encontrada próxima ou dentro das casas, em ambientes sombreados, como frestas, sob cadeiras e mesas em jardins.

Caranguejeiras (Infraordem Mygalomorphae) – As aranhas caranguejeiras, embora grandes e frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados graves.

Como prevenir acidentes com as aranhas

  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas.
  • Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada.
  • Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas.
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo.
  • Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres.
  • Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes.
  • Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm hábitos noturnos.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas.
  • Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
  • Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam.
  • Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los.
  • Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis, entre outros (na zona rural).

Sintomas de acidentes com aranhas

Acidentes com aranha causam sintomas que podem ser leves ou severos. Em raros casos, podem levar até mesmo à morte.

  • Aranha-armadeira: causa dor imediata e intensa, com poucos sinais visíveis no local. Raramente pode ocorrer agitação, náuseas, vômitos e diminuição da pressão sanguínea.
  • Aranha-marrom: a picada é pouco dolorosa e uma lesão endurecida e escura costuma surgir várias horas após, podendo evoluir para ferida com necrose de difícil cicatrização. Em casos raros, pode ocorrer o escurecimento da urina.
  • Viúva-negra: dor na região da picada, contrações nos músculos, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos.

O que fazer em caso de acidente com aranhas

  • Lavar o local da picada.
  • Usar compressas mornas, pois ajudam no alívio da dor.
  • Elevar o local da mordida.
  • Procurar o serviço médico mais próximo.
  • Quando possível, levar o animal para identificação.

Atenção ao que não deve-se fazer após acidente com aranhas

  • Não fazer torniquete ou garrote.
  • Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida.
  • Não aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar infecções.
  • Não ingerir bebida alcoólica, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país.
ALERTA PARA O VERÃO:  Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, mas nem toda picada leva ao envenenamento. Isso porque há muitas espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas na parte de trás da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina.

Como prevenir acidentes com serpentes

  • O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos pode evitar cerca de 80% dos acidentes.
  • Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos. Cerca de 15% das picadas atingem mãos ou antebraços.
  • Cobras se abrigam em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros.
  • Onde há rato, há cobra. Limpar paióis e terreiros, não deixar lixo acumulado. Fechar buracos de muros e frestas de portas.
  • Evitar acúmulo de lixo ou entulho, de pedras, tijolos, telhas e madeiras, bem como não deixar mato alto ao redor das casas. Isso atrai e serve de abrigo para pequenos animais, que servem de alimentos às serpentes.

O que fazer em caso de acidente com serpentes

  • Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão.
  • Manter o paciente deitado.
  • Manter o paciente hidratado.
  • Procurar o serviço médico mais próximo.
  • Se possível, levar o animal para identificação.

O que NÃO fazer em caso de acidente com serpentes

  • Não fazer torniquete ou garrote.
  • Não cortar o local da picada.
  • Não perfurar ao redor do local da picada.
  • Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes.
  • Não beber bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.

Tratamento em caso de acidentes com serpentes

O tratamento é feito com o soro específico para cada tipo de envenenamento. Os soros antiofídicos específicos são o único tratamento eficaz e, quando indicados, devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica.

ALERTA PARA O VERÃO:  Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de toxinas por meio do ferrão. As manifestações após uma ferroada variam de pessoa para pessoa, pela quantidade de veneno aplicada e se o indivíduo tem reação alérgica ao veneno. Uma pessoa pode ser picada por uma ou centenas de abelhas. No caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica, o que também é conhecido como choque anafilático. No caso de múltiplas picadas pode ocorrer também uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, até mesmo fatal.

Como prevenir acidentes com abelhas

  • A remoção das colônias de abelhas situadas em lugares públicos ou residências deve ser efetuada por profissionais devidamente treinados e equipados, preferencialmente à noite ou ao entardecer, quando os insetos estão calmos;
  • Evite se aproximar de colmeias de abelhas africanizadas Apis mellifera sem estar com vestuário e equipamento adequados (macacão, luvas, máscara, botas, fumigador, etc.);
  • Evite caminhar e correr na rota de vôo das abelhas;
  • Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor do corpo e cores escuras (principalmente preta e azul-marinho) desencadeiam o comportamento agressivo e, consequentemente, o ataque de abelhas;
  • Sons de motores de aparelhos de jardinagem, por exemplo, exercem extrema irritação em abelhas. O mesmo ocorre com som de motores de popa;
  • No campo, o trabalhador deve ficar atento para a presença de abelhas, principalmente no momento de arar a terra com tratores.

Primeiros socorros no caso de acidentes com abelhas

Em caso de acidente provocado por múltiplas picadas de abelhas, é preciso levar o acidentado rapidamente ao hospital, junto com alguns dos insetos que provocaram o acidente.

A remoção dos ferrões pode ser feita por raspagem com lâminas, e não com pinças, pois esse procedimento resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão.

Sintomas – acidentes com abelhas

As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o local e o número de ferroadas, bem como características e o passado alérgico do indivíduo atingido. As manifestações clínicas podem ser alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas).

Normalmente, após uma ferroada há dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, coceira e inchaço por várias horas ou dias. A intensidade desta reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas deve alertar para um possível estado de sensibilidade às picadas subsequentes.

Em casos de múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações sistêmicas, devido à grande quantidade de veneno inoculada. Nesse caso, os sintomas são irritação e ardência da pele, vermelhidão, calor generalizado, pápulas, urticárias, pressão baixa, taquicardia, dor de cabeça, náuseas e/ou vômitos, cólicas abdominais e broncoespasmos.

Em casos mais graves pode ocorrer choque, insuficiência respiratória aguda, e insuficiência renal aguda. As manifestações alérgicas locais são caracterizadas por um inchaço que persiste por alguns dias. As reações alérgicas sistêmicas podem variar de urticária generalizada e mal-estar até edema de glote, broncoespasmos, choque anafilático, queda da pressão arterial, colapso, perda da consciência, incontinência urinária e fecal, e cianose.

Por que as abelhas atacam?

O ferrão dos abelhas, vespas e formigas (himenópteros sociais) exerce um papel essencial para a defesa de suas colônias. As abelhas geralmente formam sociedades com apenas uma rainha, vários zangões e operárias, sendo estas as responsáveis pelas picadas.

Elas perdem o ferrão ao picar, morrendo em seguida. Como possui músculos próprios, o ferrão continua a injetar a peçonha mesmo após a separação do resto do corpo. Ao atacar nas proximidades de um enxame, as primeiras abelhas liberam um feromônio que faz com que outras invistam contra o mesmo alvo, podendo ocasionar acidente com centenas de picadas.

Coloridos, odores e sons as irritam facilmente. Há cerca de 20 mil diferentes espécies de abelhas. Elas vivem em todos os continentes, exceto o Antártico, e são importantes em diversos ecossistemas, desempenhando o papel de polinizadoras. O mel produzido nas colmeias é utilizado na alimentação da própria colônia.

ALERTA PARA O VERÃO:  Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

A lagarta (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga, oruga, bicho-peludo) é uma das fases do ciclo biológico de mariposas e borboletas (lepidóptero). Os acidentes provocados por lagartas, popularmente chamados de “queimaduras”, têm evolução benigna na maioria dos casos.

As lagartas do gênero Lonomia são as que têm maior relevância para a saúde pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou mortes, pela inoculação do veneno no organismo, que se dá por meio do contato das cerdas urticantes com a pele.

Somente a fase larval (lagartas) desses animais é capaz de produzir efeitos sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) são inofensivas, exceto as mariposas fêmeas adultas do gênero Hylesia (Saturniidae), que apresentam cerdas no abdômen. Em contato com a pele, essas cerdas podem causar dermatite papulopruriginosa.

Estas são as duas espécies de lagartas que mais causam acidentes no Brasil:

  • Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”) – são geralmente solitárias e não-agressivas, de 1 a 8 cm de comprimento, possuem “pelos” dorsais longos e sedosos de colorido variado (castanho, branco, negro, róseo), que camuflam as verdadeiras cerdas pontiagudas e urticantes. As cerdas pontiagudas e curtas contêm as glândulas de veneno, entremeadas por outras longas, coloridas e inofensivas.
  • Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”) – vivem em grupos, possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, semelhantes a pequenos pinheiros verdes distribuídos no dorso da lagarta, não possuindo pelos sedosos. Têm “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com tonalidades esverdeadas mimetizando muitas vezes as plantas que habitam. Nesta família se inclui o gênero Lonomia, com ampla distribuição em todo o País, causador de acidentes hemorrágicos.

O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon)., específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por essas lagartas.

Sintomas de acidentes com lagartas

Normalmente, os acidentes com lagartas ocorrem quando o indivíduo toca o animal, geralmente em tronco de árvores ou ao manusear vegetação. O contato com as cerdas pontiagudas faz com que o veneno contido nos “espinhos” seja injetado na pessoa. A dor, na maioria dos casos, é violenta, irradiando-se do local da “queimadura” para outras regiões do corpo. No caso da Lonomia, algumas vezes aparecem complicações como sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina.

Tratamento de acidentes com lagartas

Dependendo da lagarta, os sintomas podem tratados com medidas para alívio da dor, como compressas frias ou geladas. Nos casos de suspeita de acidente com Lonomia, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo, para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do soro antilonômico.

Como prevenir acidentes com lagartas

Ao coletar frutas no pomar, realizar atividades de jardinagem ou em qualquer outra em ambientes silvestres, observar bem o local, troncos, folhas, gravetos antes de manuseá-los, fazendo sempre o uso de luvas para evitar o acidente. A incidência maior de acidentes deve-se ao desmatamento, queimadas, extermínio de predadores naturais, loteamentos sem planejamento e sem avaliação do impacto ecológico que isto acarreta, obrigando a procura destas espécies por outros ambientes para sobreviver, onde se dá o contato com o homem.

O que fazer em caso de acidente com lagartas

  • Lavar o local da picada com água fria ou gelada e sabão.
  • Levar o indivíduo imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo oportuno.
  • A identificação da lagarta causadora do acidente pode ajudar no diagnóstico. Portanto, se for possível, é recomendado levar a causadora ao serviço de saúde.
  • Atualizar-se regularmente junto à secretaria estadual de saúde para saber quais pontos de tratamento com o soro específico na sua região.

O que NÃO fazer em caso de acidente com lagartas

  • Não fazer torniquete ou garrote, furar, cortar, queimar, espremer, fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela, para não provocar infecção.
  • Não coçar o local.
  • Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções.
  • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra o veneno e podem causar problemas gastrointestinais na vítima.

ALERTA PARA O VERÃO:  Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza também é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para alimentação. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.

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