Inseticidas da família dos neonitinoides seguem sob suspeitas de afetar o sistema nervoso de abelhas e oferecer riscos ao ser humano

A EFSA (Autoridade Europeia de Segurança Alimentar) considerou, no dia 17 de dezembro de 2013, a acetamiprida e a imidacloprida, inseticidas da família dos neonitinoides, neurotóxicos e pediu a redução do limite atual de exposição.

Estes inseticidas, utilizados no setor agrícola, segundo a EFSA, podem afetar o desenvolvimento dos neurônios e das estruturas cerebrais associadas a funções, como aprendizagem e memória. Por este motivo, o órgão sugeriu a diminuição dos níveis de exposição aceitos atualmente.

Ainda de acordo com a EFSA, três inseticidas neonitinoides já foram proibidos na UE (União Europeia) por terem apresentado riscos toxicológicos às abelhas, causando o chamado ‘distúrbio do colapso das colônias’, o que também pode representar problemas para o sistema nervoso humano. A partir da exposição a essas substâncias, acontece um ‘curto-circuito’ que resulta no não retorno dos insetos às colmeias e, consequentemente, morrem fora delas.

Mesmo com as manifestações contrárias do setor agrícola, alegando informações insuficientes contra os inseticidas, a UE votou em por uma moratória de dois anos. Além disso, a EFSA mantém o seu posicionamento em relação ao assunto.

Para reiterar, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que também vêm analisando os compostos químicos citados, divulgou que quase um terço das abelhas das colônias do país morreu no último Inverno (2012-2013) e, que nos últimos seis anos, a taxa de mortalidade atingiu 30,5%.

No Brasil, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), a situação não é considerada alarmante. O órgão estuda os impactos dos inseticidas na apicultura desde 2010 e verificou mortes em massa das abelhas devido à pulverização de agrotóxicos. Porém, embora o País utilize os mesmo tipos de inseticidas aplicados nos EUA e na Europa, seguir a decisão da UE de vetar o uso poderia causar um impacto maior na agricultura brasileira, já que o número destes insetos por aqui é muito maior do que por lá.

Em entrevista ao portal de notícias G1, o coordenador geral de avaliações de substâncias químicas do Ibama. Marcio Freitas, afirma que a “Europa possui muito menos insetos e, desta forma, a percepção da redução ficou ampliada”.

 

Fonte: G1

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